quarta-feira, 15 de agosto de 2012

terça-feira, 14 de agosto de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Devaneio por GABRIEL GARCIA MARQUÉZ

16:57 Posted by Maria João*** No comments

“Se por um instante Deus se esquecesse que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais.
Entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos 60 segundos de luz.
Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem.
Ouviria quando os outros falam e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate…
Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.
Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre gelo e esperava que nascesse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que oferecia à Lua.
Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas…
Meu Deus, se eu tivesse um pouco mais de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas.
Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo Amor.
Aos Homens, provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar.
A uma criança dar-lhe-ia asas, mas teria de aprender a voar sozinha.
Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês Homens…
Aprendi que todo o mundo quer viver em cima de uma montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão, pela 1ª vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.
Aprendi que um Homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer…”

Gabriel Garcia Marquéz

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Momento Clave de Sol: BOSS AC - "A carta que eu nunca te escrevi"

16:16 Posted by Maria João*** No comments
« Desde o começo, não sei quem és, no fundo não te conheço
Se calhar sou o culpado, se calhar até mereço
Quis confiar em ti mas não deixaste, tu não quiseste
Imagino as coisas que tu nunca me disseste
Ás vezes queria ser mosca e voar por aí, pousar em ti
Ouvir o que nunca ouvi, ver o que nunca vi, nem conheci
Saber se pensas em mim quando não estás comigo
Será que és minha amiga como eu sou teu amigo?
Será que falas mal de mim nas minhas costas?
Há coisas em ti que tu não mostras ou já não gostas?
Quantas vezes te pedi para seres sincera, quem me dera
Imagino tanta coisa enquanto estou á tua espera
Apostei tudo o que tinha saí a perder, sem perceber
Surpreendido porque quem pensei conhecer
Sem confiança a relação não resiste, o amor não existe
Quando mentiste, não fiquei zangado mas triste

Não peço nada em troca, apenas quero sinceridade
Por mais crua e difícil que seja, venha a verdade
Será que me enganas? Será que chamas a outro o que me chamas?
Será que é verdade quando me dizes que me amas?
Será que alguém te toca em segredo? Será que é medo?
Será que para ti não passo de mais um brinquedo?
Será que exagero? Será que não passa de imaginação?
Será que é o meu nome que tens gravado no coração? Ou não?
Eu sou a merda que vês mas ao menos sabes quem sou
E sabes que tudo o que tenho é tudo aquilo que te dou
Nunca te prometi mais do que podia
Prefiro encarar a realidade a viver na fantasia

Também te magoei mas nunca foi essa a intenção
E acredita que ver-te infeliz partiu-me o coração
Mas errar é humano e eu dou o braço a torcer
Reconheço os meus erros e sei que já te fiz sofrer
Porquê que não me olhas nos olhos quando pedes perdão?
Será por saberes que neles vejo o reflexo do teu coração?
E os olhos não mentem quando a boca o faz
E se ainda não me conheces então nunca conhecerás
Serás capaz de fazer o que te peço?
Desculpa-me ser mal educado quando stresso
Assim me expresso, sou frio e praguejo em excesso
Se conseguíssemos dialogar já seria um progresso
A chama enfraquece sinto que está a morrer aos poucos
Porquê que é assim? Será que estamos a ficar loucos?
Acho que nunca soubeste o quanto gostei de ti
Esta é a carta que eu nunca te escrevi »

BOSS AC - In: A carta que eu nunca te escrevi

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Devaneio por MARIA JOÃO: É duro

20:14 Posted by Maria João*** No comments
É duro quando perdemos alguém. Ainda é mais duro quando perdemos alguém que gostamos... Por vezes, pensamos e agimos como se estivéssemos no mundo de passagem. Algo que não podia ser mais errado: estamos neste mundo, temos uma função e devemos cultivar o que nos faz bem. Como os amigos por exemplo.
E não, amigos não são aqueles conhecidos que vos ligam de vez em quando para tomar um café. Amigo não é aquele que só sai numa noite qualquer para uma discoteca. Amigo é alguém que caminha ao nosso lado, que compartilha alegrias e que liga ou manda mensagem nos dias de tristeza e insiste em ficar do nosso lado, mesmo quando temos a certeza de que não somos boa companhia. Amigo é alguém que se orgulha do nosso percurso, não só das vitórias mas também dos obstáculos que ultrapassamos, com a ajuda desse ser que permanece do nosso lado, dando algo que a vida tem de precioso: uma amizade.
E amizade não é aquela que está dependente de horários. Amizade é algo sem futilidades, sem rodeios, cheia de vida e humildade. Assim se vê uma verdadeira amizade.
E quando se magoa esse amigo? O tal amigo? O melhor a fazer é reconhecer os erros e tentar recompor a asneira feita. Não tentar apagar, mas tentar recuperar a confiança e sinceridade perdida. E o que mais custa é quando, mesmo depois do máximo de esforços feitos, não se consegue ter o sorriso desse amigo de volta. Esse sorriso que já curou tantas feridas. Tantas mágoas. Tantas dores.
Há pessoas que passam na nossa vida. Há pessoas que ficam apenas. E há pessoas que marcam. E devemos lutar por quem gostamos para que permaneçam na nossa vida e nos marquem. E devemos fazer com que nós também fiquemos marcados nas vidas das pessoas.
Erros todos cometemos. Somos humanos, é certo. Mas devemos ser humanos o suficiente para saber admitir de quem gostamos, quem nos faz feliz, quem nos faz falta. E tu, meu amigo, meu precioso amigo, meu melhor amigo, fazes-me muita falta. Falta demais para te ver partir sentindo-me inútil. Prometi fazer o que estava ao meu alcance para não te deixar ir.
Agarra-me a mão. Isso. Com força. Deixa-me abraçar-te. E dizer-te que estou aqui, como antes. Como sempre. E para sempre talvez.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Devaneio por MARIA JOÃO VIEIRA: Hoje preciso

20:13 Posted by Maria João*** No comments
Hoje preciso de ti. Preciso de ti mais do que precisei. Preciso de um abraço. Um simples abraço, que tanto significa. Preciso de sentir que vales mais do que me mostras. Que és mais do que um número na minha agenda telefónica, por onde o meu dedo teima em ficar... Preciso de sentir o teu calor, a tua presença, mais do que quando olho para os presentes que me deste e teimam em ficar na estante, mesmo nos dias mais difíceis.
Às vezes penso em partir tudo, em rasgar as fotos, em queimar os presentes. Mas sou fraca para isso. Talvez não seja eu que seja fraca. Talvez o meu amor por ti seja demasiado forte para o fazer. Sei que me arrependeria, até porque as melhores prendas são as memórias guardadas no coração, que nenhum aspirador pode limpar, que nenhuma borracha pode apagar.
PRECISO. De ti. E preciso muito. Preciso do teu abraço, dos teus mimos, do teu carinho, de sentir que sou importante. Preciso de te ouvir dizer que queres ficar comigo. E preciso de sentir que é verdadeiro, que o vai ser mesmo quando tiver uns quilos a mais, umas rugas na face, quando for uma velha idiota, chata, diabética.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Devaneio por JOSÉ LUÍS PEIXOTO

15:59 Posted by Maria João*** No comments

«As canções e os poemas ignoram tanto acerca do amor. Como se explica, por exemplo, que não falem dos serões a ver televisão no sofá? Não há explicação. O amor também é estar no sofá, tapados pela mesma manta, a ver séries más ou filmes maus. Talvez chova lá fora, talvez faça frio, não importa. O sofá é quentinho e fica mesmo à frente de um aparelho onde passam as séries e os filmes mais parvos que já se fizeram. Daqui a pouco começam as televendas, também servem.
Havemos de engordar juntos.»


José Luís Peixoto, in: Amor Burguês