segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Momento Literatura: PROMETO FALHAR, de Pedro Chagas Freitas


Pedro Chagas Freitas é um romântico. Um romântico incurável que, ao longo dos seus textos, nos faz acreditar no amor. No amor no seu sentido mais puro (não perfeito!). No amor dos apaixonados, dos amantes, dos amigos, pelos filhos, pelos pais.

Em "Prometo Falhar" (um conjunto de crónicas, textos, declarações apaixonadas e cartas de amor), o escritor relata histórias de paixão - mais sentimental ou carnal -, de sexo, de promessas, de dor, de perdão e de morte.

Enquanto alguns textos são meros desabafos e frases criando algum tipo de sentido, outros são artigos biográficos, no qual o leitor se pode (e deve) rever.

Quantos já não tiveram dias difíceis, discussões duras mas apaixonadas, pazes feitas com uma sessão de amor louco, desejos de voltar para uma paixão antiga e palavras de "adeus" ditas que, apesar da mágoa e dor associada, são necessárias?

"Prometo Falhar" é sobre isso. Sobre isso e muito mais. São histórias de amor, de recordações, de fotografias escritas. São histórias que agarram emoções e nos prendem até ao fim. São emoções. São retratos de relações... desde as mais preguiçosas (o estar no sofá a ouvir a chuva ou partilhar a cama) às mais atribuladas (telefonemas, mensagens ou cartas de amor em sofrimento, de paixões negadas ou escondidas, da vontade de sexo, de sentimentos irrefletidos).

Pedro Chagas Freitas escreve um pouco sobre ele e sobre cada um de nós; escreve sobre o amor, sobre o que ele nos traz, sobre o que ele nos devolve quando é vivido em pleno e sobre o que nos pode tirar com o fim, com a partida e com a morte. Abre uma ferida à flor da pele e cura-a numa fração de segundos.

"Prometo Falhar" é uma ode ao amor com o toque intimista e o estilo inconfundível do escritor.


♦♦♦
NOTA BIOGRÁFICA:

Pedro Chagas Freitas nasceu em Guimarães, no ano de 1979. Estudou Linguística na Universidade Nova de Lisboa (entre 1998 e 2002). Publicou, em 2005, a sua primeira obra literária, “Mata-me” (na apresentação, Chagas Freitas teve apenas quatro pessoas).
Em 2006, venceu o Prémio Bolsa Jovens Criadores, que lhe foi atribuído pelo Centro Nacional de Cultura e pelo Instituto Português da Juventude.
Em 2012 lançou "Eu Sou Deus" e "Ou é Tudo ou Não Vale Nada"; em 2013, lançou "In Sexus Veritas".
"Prometo Falhar", de 2014, foi um livro escrito a várias mãos: a origem foi um conjunto de sugestões deixadas pelos fãs no Facebook. E o resultado foi mais de 15 edições e de 100 exemplares vendidos.
Nas bancas já está "Queres Casar Comigo Todos os Dias, Bárbara?", a mais recente obra.

sábado, 5 de setembro de 2015

Momento Pipoca: As Mil e Uma Noites – Volume 1, O Inquieto


Neste final de Verão, Miguel Gomes (Tabu - 2012 e Aquele Querido Mês de Agosto - 2008) traz-nos uma sátira a Portugal e um retrato do que têm sido os últimos anos neste país.

Através de uma mistura entre o documentário (com base em testemunhos verídicos e a partir da realidade recente) e a ficção (uma adaptação dos contos populares árabes de "As Mil e Uma Noites" narradas pela rainha Sherazade), o realizador traça a história de um país mergulhado na austeridade. Para isto, apresenta vários capítulos que abordam a temática do desemprego, a crise económica e a ebulição social (como a que abalou os Estaleiros de Viana) e as histórias (quase inacreditáveis) da vida nas aldeias portuguesas.

Gomes não esqueceu - nem podia - a chegada da Troika a Portugal e apresenta uma possibilidade sobre a forma como foram tomadas as decisões relacionadas com os cortes orçamentais e o défice.

O filme é realista, ambicioso e bem-disposto. É uma realidade e um retrato social sobre a vida de muitos portugueses, «desempregados de condição», a quem o País nega os direitos básicos e constitucionais de acesso a trabalho, à alimentação e a condições de sobrevivência. O humor aligeira as histórias apresentadas e é uma componente fundamental...

Mas há sempre um mas e, no caso do Volume 1, este deve-se a algum exagero. Primeiro, na dose de humor utilizada no episódio da Troika (que chega a roçar a brejeirice e a badalhoquice barata). Segundo, o exagero na ruralidade apresentada no capítulo do Galo (que quase classifica Portugal como um país de terceiro mundo e pouco citadino). Estes fatores - na minha opinião, completamente desnecessários - fazem com que se perca alguma da magia do filme e levam, por vezes, a esquecer a grande qualidade que o reveste.

A obra, com cerca de seis horas no total, foi acolhida com grandes elogios e premiada internacionalmente, como, por exemplo, no Festival de Cinema de Sidney. Em Portugal, estreou no Festival de Curtas em Vila do Conde.

A longa-metragem é uma coprodução entre Portugal, Espanha, França, Suiça e Alemanha e conta com nomes como Rogério Samora, Adriano Luz, Carloto Cotta, Gonçalo Waddington, Margarida Carpinteiro, entre outros.

A estreia foi garantida em cerca de 30 países, entre eles Grécia, Espanha, Reino Unido, Japão e Brasil. Em Portugal, a segunda parte do filme, "O Desolado", estreia a 24 de Setembro. O terceiro e último volume, "O Encantado", chega uma semana depois, a 1 de Outubro.

MIL E UMA NOITES
★★★★

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Momento Pipoca: As Vantagens de Ser Invisível (2012)


Belo.
Espetacular.
Arrebatador.

Depois de "Ghost World - Mundo Fantasma" e "Juno", "As Vantagens de Ser Invisível" ("The Perks of Being a Wallflower") é o terceiro filme coming-of-age produzido por  Lianne Halfon, Russell Smith e John Malkovich.

Desta vez, seguimos Charlie Kelmeckis (Logan Lerman) - um jovem introvertido, sem amigos e com um historial de problemas psicológicos -, que se prepara para o seu primeiro ano no Liceu. Além da família, a única companhia de Charlie provém das palavras que escreve no seu díário.

No início desta nova aventura académica, o jovem tem realmente dificuldade em relacionar-se com quem quer que seja, sendo alvo de chacota por vezes. Contudo, Charlie começa a estabelecer uma boa relação com o seu professor de inglês (Paul Rudd), que repara na sua inteligência e cultura. O rapaz conhece também dois finalistas - Sam (Emma Watson) e Patrick (Ezra Miller) - e uma grande amizade nasce entre os três.

Baseado no livro de Stephen Chbosky, que, aqui, ocupa também a posição de argumentista/realizador, "Perks" retrata a luta destes jovens com os seus próprios demónios. Alguns dos temas debatidos, como a violência no namoro, a homossexualidade, o bullying, e a pedofilia, irrompem na história com um impacto impressionante. Aqui, parabéns a Chbosky e ao elenco por conseguirem criar personagens tão interessantes, com as quais nos podemos relacionar de alguma forma.

Recomendo, vivamente!

As Vantagens de Ser Invisível
★★★★★