Estavas comigo. Mas, por vezes, sentia-me mais sozinha do que contigo. Estavas lá? Nem dava conta. Segui o meu caminho. Parece que era ficar longe. De ti, de nós. De tudo o que tínhamos construído, com esforço e dedicação, com obstáculos, barreiras. Algumas duras, mas não inultrapassáveis. Uníamos as mãos e tudo parecia mais fácil.
Seguiu cada um o seu rumo, a sua estrada. Estrada essa que, para mim, parecia cada vez mais longa e deserta. Deserta de amor, carinho, compreensão. Compreensão essa que fui encontrando noutras palavras e noutros braços que não os teus.
A certa altura, senti que fazer desvios em cima de desvios, cruzando estradas e sentimentos que nunca conheci não era solução. Voltar para trás não era fácil, mas nunca esteve fora de questão. Recomeçar do zero não fazia sentido depois de todas as provas que demos aos outros e, mas sobretudo, a nós mesmos. Conhecer outro corpo e abraço que não teu não era justo para os meses que ficaram para trás e para o que se viveu neles.
Começou tudo a fazer mais sentido. As águas ficaram mais calmas e claras, comecei a ver contornos da outra margem. Mas a distância ainda era longa. A distância que me separava de terra firme, de ti. Como construção de legos, tudo parecia começar a encaixar, finalmente. Mas parece também que não era o suficiente. Em tempos foi. Mas parece que não chega. Falta mais. Claro que uma construção segura e resistente não se faz com dois pedaços de plástico. Não se faz com dois pedaços de mundo apenas, quando o planeta que nos rodeia é bem mais complexo do que pedaços de plástico que se encaixam... Mas há as duas peças mais importantes: tu e eu. Basta construirmos o que quisermos que seja o (nosso) mundo.
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